terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Livros

Quais livros comprar? Se você tem real interesse em aprender hieróglifos egípcios, certamente já se fez esta questão. Com um cartão de crédito e uma vista ao site da Amazon, você tem acesso aos principais livros egípcios.

Bem, aqui vão algumas dicas.

A primeira: fique longe dos livros do Budge (Sir E. A. Wallis Budge). Embora tenha sido muito importante para a divulgação da egiptologia, seus livros contém muitos erros (são ultrapassados, pois foram escritos no século XIX) e mais atrapalham que ajudam.

Há um dicionário de hieróglifos, muito caro, do Budge, que é relativamente comum de se encontrar. Este dicionário, em particular, é uma desgraça.

Chega de falar das coisas ruins. Vamos falar das coisas boas.

Primeira sugestão: How to read egyptian hieroglyps, de Mark Collier e Bill Manley (clique aqui para ver o livro na Amazon). Adoro este livro. Ele tem uma abordagem bastante prática - não fica trabalhando detalhes da gramática antes de colocar você para trabalhar diante de textos da época.

Logo nos primeiros capítulos você se vê diante de estelas, papiros e murais, originais, para traduzir. Na minha opinião, o melhor começo.

Se o inglês não for seu forte, há uma versão em espanhol deste livro. Você encontra na Amazon aqui.


Segunda dica: Middle Egyptian: An Introduction to the Language and Culture of Hieroglyphs de James P. Allen.

Este livro é utilizado pela maioria das universidades americanas que ensinam hieróglifos. E há uma boa razão para isso: o livro é didático, divertido e relativamente profundo. Se você estudá-lo, sairá como um razoável leitor/escritor de hieróglifos. Aqui está o link para o livro na Amazon.

Terceira dica: Egyptian Grammar: Being an Introduction to the Study of Hieroglyphs de Sir Alan Gardiner. É o livro dos livros.

Bastante sério e profundo, sem deixar de ser didático. É um estudo mais completo da gramática egípcia, procurando abordar muito de seus detalhes. Clique aqui e compre-o na Amazon.

Para uma primeira compra, sugiro o livro de Collier e Manley. Se você tiver dinheiro sobrando, adquira os três, e vá lendo-os calmamente. São livros para uma vida de estudos.


Se quiser aprender mais sobre hieróglifos, adquira meu livro:
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Livro de hieróglifos em português

Creio que eu sou se não a única, com certeza uma das poucas pessoas que possui um livro em português sobre a gramática egípcia.

Trata-se de um livro de nome comprido "Gramática da Língua Egípcia em Caracteres Hieroglíficos" e foi "publicado" em 1974.

Explico as aspas: o livro seria um original em italiano de 1910 e o que eu tenho, na verdade, é a tradução datilografada e manuscrita (todos os hieróglifos feitos à mão) feita por um padre, de nome Canzio Suardi.

A uma referência a este padre neste site indicando a modernidade de seu trabalho como pároco.

Meu escaner está quebrado. Mas, assim que for possível, vou colocando aqui algumas páginas desta preciosidade (que, aliás, já está se desmanchando, embora eu trate-o com carinho).

domingo, 3 de setembro de 2017

Aprender hieróglifos é difícil?

Há cerca de dez anos sou tutor de cursos de hieróglifos egípcios.

Há um determinado comportamento se repete em meus cursos: um grupo de pessoas que se entusiasma com as primeiras aulas mas que, a seguir, desiste. Não assiste às aulas, não faz os exercícios, não tem mais dúvidas. Simplesmente some.

Investigando aqui e ali, conversando com alguns alunos, descobri um padrão. Aqueles que desistem são os mesmos que pensavam que aprender hieróglifos é fácil. Que não exigiria esforço.

Para esses (e para vocês, caso se interessem) fica a informação: ninguém pode esquecer que aprender hieróglifos é estudar uma outra língua. É aprender um novo idioma.

Hieróglifos não são um mero código. São a representação visual (a escrita) de uma língua, falada por um povo. Aprender a ler e a escrever em egípcio não se diferencia em aprender russo ou árabe. A única diferença é a de que, por se tratar de uma língua morta, não se aprende pronúncia, nem se treina a compreensão auditiva.

Mas tem pronomes, verbos, adjetivos, substantivos, advérbios. Existe conjugação de verbos; há passado e futuro; condicionais. Etc.

Isso tudo não quer dizer que aprender egípcio seja dífícil. Não é. Mas requer esforço e alguma dedicação.

Lógico que, em nosso curso, há uma série de facilitadores: as aulas multimídia, o material adicional, a solução de dúvidas, os exercícios interativos, etc.

Mas todo aquele que pretende estudar hieróglifos deve estar ciente de que irá exigir estudo.

Nada de valor nesta vida vem fácil. Nem mesmo a compreensão de um idioma já extinto há 2000 anos.

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Abraços,
Antonio.

domingo, 27 de agosto de 2017

Vocabulário

Algumas palavras para aumentar seu vocabulário em egípcio. Nestas imagens, os textos estão escritos da esquerda para a direita.
nfr: belo, bom

nsw: rei


nTr: deus

Estas são algumas das palavras mais comuns, em qualquer texto egípcio.

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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Como as pirâmides foram construídas?

O Museu de Bostom mem um display que apresenta como os egiptólogos, na atualidade, acreditam que as grandes pirâmides de Gizé foram construídas.

Clique na imagem para vê-la em tamanho maior.

Está de acordo com a chamada "teoria espiral da pirâmide externa". Clique na foto para ver mais detalhes do modelo.

Não há ETs presentes no modelo. :)

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domingo, 20 de agosto de 2017

Google Earth melhora a resolução do Egito

Ótima notícia para quem ainda só pode viajar virtualmente ao Egito. E, também, para professores e pesquisadores (que usam o Google Earth como ferramenta de trabalho).


O Google atualizou as imagens de Gizé tanto no Google Earth como no Google Maps. Agora, pode-se ver as pirâmides e a esfine com mais detalhes. Não os melhores do mundo - o Google pode certamente fazer melhor - mas é uma evolução ao que se tinha antes.

Porém, ainda não existem boas imagens de Akhetaton - a capital do Egito na época do faraó Akenathon. Seria muito interessante que o Google Earth atualizasse esta região. Afinal, é uma das poucas regiões urbanas do Antigo Egito, relativamente bem preservadas até hoje.


Abraços,
Antonio.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Tumba de Roy - O ritual da "Abertura da boca"

Na imagem aparecem os sacerdotes, que realizam na múmia de Roy o ritual de "Abertura da boca".

Clique para ampliar.

Os egípcios não acreditavam em nada parecido a céu ou inferno. Para eles, após a morte, o espírito viveria para sempre entre os vivos, e junto com eles. Mas, para que pudessem ver e falar nesta outra existência, deveriam passar por este ritual.

O texto, que está escrito sobre os sacerdotes seria parte da fala que eles fariam, neste ritual. Está escrito da direita para a esquerda.

Diz o texto:

"Palavras ditas pelo Sacerdote Leitor e pelo Sacerdote Seb (tipos de sacerdotes egípcios). Tua purificação é a purificação de Hórus, e vice versa. Tua purificação é a purificação de Seth, e vice-versa. Tua purificação é a purificação de Doun-anouy (deus relacionadao à purificação) e vice-versa".

É uma bela oração.

O texto segue com a identificação do morto, com seus títulos:

"Osíris, intendente Roy, verdadeiro da palavra. Que ele possa dar incenso e libação a Osíris, escriba real, intendente Roy, verdadeiro da palavra".

Na próxima tradução, vamos ver a parte mais complicada desta parede: o desenho da estela, que está atrás de Anúbis.

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Abraços,

domingo, 13 de agosto de 2017

Continuando a tradução dos hieróglifos - A tumba de Roy

Nesta segunda postagem com a tradução do texto da tumba de Roy, inicaremos a tradução da estela, que está desenhada atrás do deus Anúbis.

Clique na imagem para vê-la ampliada

Trata-se de um texto já bastante danificado. A leitura e reconstrução deste trecho envolve a leitura dos sinais que existem e podem ser lidos, e a comparação com outros textos semelhantes.


De qualquer forma, a leitura do trecho superior é relativamente simples.

À esquerda está Roy, em posição de adoração (com os braços levantados). As três primeiras colunas, apresentam a posição e o nome de Roy.

Compare com os hieróglifos copiados abaixo, e identifique-os na pintura. Mas, atenção: aqui, eu escrevei o texto da esquerda para a direita. Mas, na pintura, está da direita para a esquerda!



À direita, sentado, está o deus Osíris, representado como um faraó (ele era o faraó do "outro mundo"). Nas duas últimas colunas está escrito o nome do deus. Compare com a transcrição abaixo.



Você reparou que neste o texto foi escrito da esquerda para a direita?

Note mais uma coisa: cada trecho se refere a um dos personagens. E eles são escritos em direções diferentes. Cada texto inicia-se na direção para onde o personagem está olhando.

Como Roy está olhando para a esquerda, o texto que se refere a ele começa da esquerda. E vice-versa, com Osíris.

Esta é uma conveção e estilos próprios dos egípcios.

A propósito, sobre Roy está escrito: "Osíris, intendente Roy".
Sobre Osíris, lê-se: Osíris, senhor da eternidade.

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Abraços,

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A tumba de Roy

Roy era um escriba real, intendente dos domínios de Horemheb e Amon. Deve ter tido uma vista bastante rica, pois teve condições de construir uma tumba muito bonita e bem decorada.
Sua tumba (conhecida como TT255) foi construída na XVIIIa dinastia, ao final do reinado de Horemheb.


Vista da entrada da tumba de Roy.


A partir desta semana vou iniciar uma série de postagens com a tradução dos textos desta tumba.

A idéia é tornar o estudo mais divertido - afinal, ler apenas obras de gramática hieroglífica cansa - e, claro, praticar o estudo.

Hoje, começamos com a cena da "Abertura da boca", que está representada em uma das paredes da tumba de Roy.



Após o morto ser mumificado, e antes do corpo ser colocado dentro da tuma, deveria ocorrer um ritual para que o morto pudesse ver e falar no outro mundo.

Para isso, uma série de orações e procedimentos eram necessários. Sacerdotes locais se encarregavam de realizar os ritos que são representados na imagem.

À direita está o deus Anúbis, abraçando a múmia de Roy. À esquerda pode-se observar dois sacerdotes, com os equipamentos realizados no ritual. Abaixo, a mulher que chora é Neb-Tawy, esposa de Roy.

O primeiro trecho que será traduzido é um bem simples e curto, sobre a cabeça de Anúbis.




Aqui está o texto, redigitado:


É, eu sei, parece fosco. Clique na imagem para que ela apareça em uma resolução adequada.

E a tradução. Trata-se de uma pequena oração a Anúbis:

"Osíris, Escriba Roy, verdadeiro da palavra. Anúbis, que guarda os estandartes, que preside o pavilhão divino, grande deus, senhor do céu."

Como veremos ao longo destas traduções, as tumbas egípcias eram repletas de textos religiosos e de fórmulas estereotipadas.

Até a próxima postagem.

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Abraços,
Antonio.

sábado, 22 de abril de 2017

Armazém de Múmias Descoberto em Saqqara

Uma notícia, no último mês, revelou que o Antigo Egito ainda tem muita história para mostrar sob suas areias: foram descobertas mais de 30 múmias, todas em uma única tumba na região de Saqqara.


O diretor das Antiguidades Egípcias, Zahi Hawass, investiga a descoberta.


As múmias foram encontradas na parte sudoeste da pirâmide escalonada de Djoser e estão bem próximas das tumbas de Thinh e Iya-Maat que foram descobertas em dezembro de 2008.

Pelo menos um dos sarcófagos se acredita ter cerca de 4.300 anos de idade, embora outras pareçam ser da 26a dinastia.

Embora oito das múmias estejam em seus sarcófagos (quatro deles selados), a maioria das múmias foram encontradas em nichos nas paredes da tumba construída em pedra.

A tumba em si acredita-se ser de aproximadamente 640 d.C. - portanto, bem mais nova que as múmias encontradas lá.

Não se sabe porque tantas múmias foram colocadas em um único local. Este, definitivamente, não era um modo comum dos egípcios lidarem com suas múmias.

Clique aqui e veja mais imagens das tumbas e do sarcófago.

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Abraços,

segunda-feira, 13 de março de 2017

Como se lê um texto hieroglífico?

O objetivo deste post não é ensinar, efetivamente, como se lê um texto (isso demanda algum tempo e estudos).

Mas mostrar como um estudioso lê um texto hieroglífico mais complexo.





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Abraços,

sábado, 11 de março de 2017

O Cartucho

Quase todo mundo sabe que os nomes de faraós eram escritos dentro de "cartuchos".
No cartucho, o nome de Tutancamon.

Assim, quando estamos diante de um texto hieroglífico, uma das primeiras coisas que identificamos é o nome do rei (ou da rainha) que produziram aquele texto ou que são homenageados por ele - em geral, as duas coisas ao mesmo tempo.

O que talvez você não saiba é que estes cartuchos são eles mesmos também sinais hieroglíficos. Eles têm um significado próprio: o de "eternidade".

Assim, quando se colocava o nome de um membro da realeza dentro de cartuchos, o objetivo era o de garantir a eternidade a este rei ou rainha.

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Abraços.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O nome Amenotep

Este é o cartucho de um dos faraós de nomes Amenotep (houve quatro, sendo que Amenotep IV mudou seu nome para Akhenaton).


No Brasil, usualmente este faraó é traduzido como "Amenófis". Uma tradução muito mal feita, diga-se de passagem.

Os vários faraós com o nome de Amenotep governaram durante o chamado Novo Império egípcio.

Cada faraó possuía vários nomes. Este, do cartucho, seria o nome do nascimento, ou o nome "filho de Rá" do faraó.

Este nome é transliterado (ou seja, traduzido em sinais fonéticos) como imn htp. Não se sabe como os egípcios pronunciavam seu nome mas, com certeza, pode-se perceber que a tradução Amenotep é bem melhor que a de Amenófis.

A tradução de seu nome é "Amon está contente".

Quando Akhenaton quis introduzir o culto de Aton no Egito, mudou o seu nome que homenageava Amon para outro, glorificando o seu próprio deus. Seu nome quer dizer: "horizonte de Aton".

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Egito... em egípcio

Como os egípcios chamavam a sua própria terra?

De Kemet.

Esta expressão significa "Terra Negra" e refere-se à terra fértil, às margens do Nilo, em oposição ao deserto. Tem um sentido, portanto, de 'terra fértil'.

O sinalque representa a cauda de um crocodilo, é um sinal bilítero. Ou seja, é um sinal que representa duas consoantes. No caso "km".

A coruja representa o sinal "m". Mas como repete o último sinal do bilítero, ele não é lido (isso é chamado, dentro da gramática egípcia, de "complemento fonético").

O "t" (o desenho do pão) completa o som da frase.

O sinalé um determinativo. Os determinativos não representam sons, mas indicam à qual categoria uma palavra pertence. Neste caso, este é o determinativo de cidades e locais. Ou seja, indica que a palavra "kmt" é um local.

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Masculino e femino em egípcio

No egípcio, assim como em português, há apenas masculino e feminino (no inglês, por exemplo, há ainda o neutro).

Como distinguir entre palavras masculinas e femininas?

- As palavras femininas terminam com "t", que é adicionado à raiz da palavra;

- As palavras masculinas não tem terminação especial. Por vezes, é adicionado um "w" ao final da palavra, para indica que é masculina.

Um exemplo:

nb
senhor (como "senhor do templo")

e
nbt
senhora.

Note o "t" (o hieróglifo do pão) adicionado à palavra. O último sinal - o chamado "determinativo", aqui com a imagem de uma mulher sentada - reforça a idéia de se tratar de uma palavra feminina.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O último hieróglifo

Hoje, uma curiosidade.

Qual é o último texto hieroglífico conhecido, produzido no Egito?

É este aí de baixo:


O texto foi escrito em um dos muros do Templo de Philae, dedicado a Ísis. Foi escrito em 24 de agosto de 394 d.C. e trata-se uma oração a um deus Núbio.

Este texto foi escrito não muito depois que imperador Teodosio I ordenou o fechamento de todos os templos pagãos.

Se você olhar com cuidado (não encontrei fotos de melhor qualidade, infelizmente) verá que os hieróglifos são desenhados de uma forma pouco clássica, bastante tortos e mal delineados. É uma das consequências da decadência da escrita e da cultura egípcia antiga como um todo.

É um documento melancólico.

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Abraços,
Antonio,

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O Copta

Quando se fala de “hieróglifos egípcios”, é essencial distinguir o egípcio enquanto uma linguagem, do hieróglifo, que é um sistema de escrita. O antigo egípcio apresenta afinidade com as línguas antigas e modernas do leste da África.

A escrita utilizada pelos egípcios é tradicionalmente assim esquematizada:

- Egípcio Antigo (IV milênio: enunciados, relativa aos títulos dados aos soberanos, administrativa e econômica);
- III din. (cerca de 2700 a. C.; frases compostas);
- V din. (2.500 a. C.; Textos das pirâmides, a última no túmulo de Ibi – VIII din., cerca de 2200 a.C. ao sul de Saqqara);
- Médio egípcio (a partir do final do terceiro milênio até a metade da XVIII dinastia; escrita sacralizada para durar para a eternidade, Textos dos sarcófagos);
- Neo egípcias (entre Amen-hotep IV - Akhenaton - 1364 a.C. até ao final do III.Período Intermediário, cerca de 700 a.C.; alguns documentos administrativos e privados, período raméssida e Hino a Aton);
- Demótico, introduzido por Psammetico I, em 664 a.C.;
- Copta.

O que nos interessa hoje é o Copta.

O Copta é uma linguagem descendente direta do egícpio antigo. É o último estágio do Egito Antigo: Foi criada usando-se o alfabeto grego, mais seis ou sete sinais, tirados de signos egípcios, para representar sons inexistentes no grego.

O curioso e importante a respeito desta língua é que ela era falada até o século XVII (d.C.) e sobrevive ainda hoje como língua ritual. É o idioma falado nos ritos da Igreja Cristã Copta.

Por conta disso, é possível hoje ter uma idéia de como era o som dos antigos egípcios, escutando hinos e pregações em copta. No youtube há vários.

Eis um vídeo de um hino cristão Copta.



Mas um cuidado: nós não estamos escutando, realmente, a língua dos antigos faraós, mas uma parente próxima.

Qual a proximidade que existe entre o Copta e o egípcio? Seria a mesma coisa que escutar o português tentando adivinhar como era o latim no temo dos Césares.

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Abraços,
Antonio.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Escrevendo nomes

Você já conhece o alfabeto egípcio. Agora, como os egípcios escreveriam o seu nome em hieróglifos?

A resposta curta – e certa – seria: não se sabe.

Os egípcios não escreviam os próprios nomes desta forma. Em geral, os nomes tinham diferentes significados (como muitos nomes em português) e eram escritos com símbolos do alfabeto mas, também, com aqueles sinais que tinham dois ou três sons.

Assim, Tutancamon não era escrito assim:

Isso não faria nenhum sentido para um egípcio. O nome do faraó era escrito assim:


Era uma frase, e significava “Imagem viva de Amon”. Caso você esteja curioso:Após a morte de Alexandre Magno, e o início da dinastia Ptolemaica no Egito (305 a. C.), s escribas egípcios se viram diante de uma nova tarefa: escrever o nome dos novos faraós (que eram de ascendência grega) com os hieróglifos.

As regras que estes escribas seguiram, nós procuramos seguir até os dias de hoje.

Para escrever nomes estrangeiros, usava-se o alfabeto egípcio. Mas apenas isso não era suficiente. Afinal, palavras e nomes estrangeiros tem sons que não existiam entre os egípcios.

Para isso, novas letras foram incorporadas, para escrever todos os nomes e títulos dos conquistadores estrangeiros e novos faraós.

O melhor exemplo? O nome de Cleópatra.

Sendo

Havia um “t” no final de seu nome. Mas não era pronunciado. Quase todas as mulheres tinham o “t” no final dos nomes.

Atualmente, para pronúncia, e para a escrita de nomes, convencionou-se que
tem som de A

tem som de E

tem som de I

(Isso não é uma regra fixa, e outros pesquisadores escolhem diferentes associações).


Por último: os nomes, em egípcios, são escritos pelo som. Assim, Henrique não tem “H”. E Regina tem o “g” com som de “j” – e, como os egípcios não conheciam o “j”, usa-se o sinal que produz o som mais próximo:
Que tem o som “dj” (seria pronunciado, então, “redjina”).

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Abraços,
Antonio

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O alfabeto egípcio - Final

Esta é a última postagem sobre o alfabeto egípcio. Nas próximas postagens vamos descobrir 1) como podemos escrever nossos nomes seguindo as regras do alfabeto egípcio e 2) conhecer uma língua que é descendente direta do egípcio antigo (e que é falada ainda hoje).


Vamos lá. O g aqui tem o mesmo som que o nosso g, como em gato.

Não há, também, nenhum mistério com relação ao primeiro t. O segundo t - o hieróglifo da corda - seria a soma de nosso t com ch. Como na palavra tcheco.

O último som "diferente" é o da cobra. Nada mais é que um som dj como em adjetivo.

É isso. Se você tem alguma pretensão em entender alguma coisa de hieróglifos egípcios, pegue todo o alfabeto e decore os sinais, a transliteração e o que representam. Este não é só um bom começo. É o único começo.

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Abraços,
Antonio