quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O último hieróglifo

Hoje, uma curiosidade.

Qual é o último texto hieroglífico conhecido, produzido no Egito?

É este aí de baixo:


O texto foi escrito em um dos muros do Templo de Philae, dedicado a Ísis. Foi escrito em 24 de agosto de 394 d.C. e trata-se uma oração a um deus Núbio.

Este texto foi escrito não muito depois que imperador Teodosio I ordenou o fechamento de todos os templos pagãos.

Se você olhar com cuidado (não encontrei fotos de melhor qualidade, infelizmente) verá que os hieróglifos são desenhados de uma forma pouco clássica, bastante tortos e mal delineados. É uma das consequências da decadência da escrita e da cultura egípcia antiga como um todo.

É um documento melancólico.

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Abraços,
Antonio,

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O Copta

Quando se fala de “hieróglifos egípcios”, é essencial distinguir o egípcio enquanto uma linguagem, do hieróglifo, que é um sistema de escrita. O antigo egípcio apresenta afinidade com as línguas antigas e modernas do leste da África.

A escrita utilizada pelos egípcios é tradicionalmente assim esquematizada:

- Egípcio Antigo (IV milênio: enunciados, relativa aos títulos dados aos soberanos, administrativa e econômica);
- III din. (cerca de 2700 a. C.; frases compostas);
- V din. (2.500 a. C.; Textos das pirâmides, a última no túmulo de Ibi – VIII din., cerca de 2200 a.C. ao sul de Saqqara);
- Médio egípcio (a partir do final do terceiro milênio até a metade da XVIII dinastia; escrita sacralizada para durar para a eternidade, Textos dos sarcófagos);
- Neo egípcias (entre Amen-hotep IV - Akhenaton - 1364 a.C. até ao final do III.Período Intermediário, cerca de 700 a.C.; alguns documentos administrativos e privados, período raméssida e Hino a Aton);
- Demótico, introduzido por Psammetico I, em 664 a.C.;
- Copta.

O que nos interessa hoje é o Copta.

O Copta é uma linguagem descendente direta do egícpio antigo. É o último estágio do Egito Antigo: Foi criada usando-se o alfabeto grego, mais seis ou sete sinais, tirados de signos egípcios, para representar sons inexistentes no grego.

O curioso e importante a respeito desta língua é que ela era falada até o século XVII (d.C.) e sobrevive ainda hoje como língua ritual. É o idioma falado nos ritos da Igreja Cristã Copta.

Por conta disso, é possível hoje ter uma idéia de como era o som dos antigos egípcios, escutando hinos e pregações em copta. No youtube há vários.

Eis um vídeo de um hino cristão Copta.



Mas um cuidado: nós não estamos escutando, realmente, a língua dos antigos faraós, mas uma parente próxima.

Qual a proximidade que existe entre o Copta e o egípcio? Seria a mesma coisa que escutar o português tentando adivinhar como era o latim no temo dos Césares.

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Abraços,
Antonio.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Escrevendo nomes

Você já conhece o alfabeto egípcio. Agora, como os egípcios escreveriam o seu nome em hieróglifos?

A resposta curta – e certa – seria: não se sabe.

Os egípcios não escreviam os próprios nomes desta forma. Em geral, os nomes tinham diferentes significados (como muitos nomes em português) e eram escritos com símbolos do alfabeto mas, também, com aqueles sinais que tinham dois ou três sons.

Assim, Tutancamon não era escrito assim:

Isso não faria nenhum sentido para um egípcio. O nome do faraó era escrito assim:


Era uma frase, e significava “Imagem viva de Amon”. Caso você esteja curioso:Após a morte de Alexandre Magno, e o início da dinastia Ptolemaica no Egito (305 a. C.), s escribas egípcios se viram diante de uma nova tarefa: escrever o nome dos novos faraós (que eram de ascendência grega) com os hieróglifos.

As regras que estes escribas seguiram, nós procuramos seguir até os dias de hoje.

Para escrever nomes estrangeiros, usava-se o alfabeto egípcio. Mas apenas isso não era suficiente. Afinal, palavras e nomes estrangeiros tem sons que não existiam entre os egípcios.

Para isso, novas letras foram incorporadas, para escrever todos os nomes e títulos dos conquistadores estrangeiros e novos faraós.

O melhor exemplo? O nome de Cleópatra.

Sendo

Havia um “t” no final de seu nome. Mas não era pronunciado. Quase todas as mulheres tinham o “t” no final dos nomes.

Atualmente, para pronúncia, e para a escrita de nomes, convencionou-se que
tem som de A

tem som de E

tem som de I

(Isso não é uma regra fixa, e outros pesquisadores escolhem diferentes associações).


Por último: os nomes, em egípcios, são escritos pelo som. Assim, Henrique não tem “H”. E Regina tem o “g” com som de “j” – e, como os egípcios não conheciam o “j”, usa-se o sinal que produz o som mais próximo:
Que tem o som “dj” (seria pronunciado, então, “redjina”).

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Abraços,
Antonio

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O alfabeto egípcio - Final

Esta é a última postagem sobre o alfabeto egípcio. Nas próximas postagens vamos descobrir 1) como podemos escrever nossos nomes seguindo as regras do alfabeto egípcio e 2) conhecer uma língua que é descendente direta do egípcio antigo (e que é falada ainda hoje).


Vamos lá. O g aqui tem o mesmo som que o nosso g, como em gato.

Não há, também, nenhum mistério com relação ao primeiro t. O segundo t - o hieróglifo da corda - seria a soma de nosso t com ch. Como na palavra tcheco.

O último som "diferente" é o da cobra. Nada mais é que um som dj como em adjetivo.

É isso. Se você tem alguma pretensão em entender alguma coisa de hieróglifos egípcios, pegue todo o alfabeto e decore os sinais, a transliteração e o que representam. Este não é só um bom começo. É o único começo.

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Abraços,
Antonio

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O alfabeto egípcio - parte 4

Nesta quarta parte do alfabeto egípcio, uma discussão entre linguistas


Há estudiosos que consideram que o hieróglifo do pano dobrado e o hieróglifo do cinto tinham o mesmo som - de s, como em português. Outros, consideram que eram sons diferentes, sendo que o cinto puxava mais para o z.

O som do hieróglifo da piscina seria muito parecido com nosso x como em caixa.

O pequeno triângulo representa um som semelhante ao nosso q. Trata-se de um k que é pronunciado com a parte de trás da boca.

Nada complicado aqui. Apenas decorar e decorar.

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Abraços,
Antonio.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O alfabeto egípcio - parte 3

Nesta terceira parte do alfabeto egípcio, as coisas começam a ficar um pouco mais complicadas.


Não há nenhum problema em relação ao sinal "boca" (r).

São os quatro "H". E, embora tenham uma transliteração parecida, representam sons são bem diferentes.

O primeiro h é como o pronunciado em inglês: um pouco aspirado, como em house.

O segundo h - corda enrolada - é um som semelhante ao j em espanhol. É quase como nosso r em rato.

O terceiro r - a placenta - tinha, provavelmente, um semelhante ao anterior, embora mais forte, mais enfático.

O quarto r - úbere - seria a representação de um som como o ch alemão em ich.

Novamente, a dica para decorar. A transliterção é chata de ser decorada. Mas é necessária. Não para saber como as palavras eram faladas no egípcio antigo (isso não dá para saber), mas para agilizar o aprendizado e compreender as diversas variações da língua.

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Abraços,
Antonio.

domingo, 1 de janeiro de 2017

O alfabeto egícpio - parte 2


Continuando com a apresentação do alfabeto egípcio.

Esta é, aliás, a parte mais fácil do alfabeto. Não há nada que seja complicado aqui.

Os sinais são simples de se entender, os sons que representam também.

Só cabe uma pequena observação sobre a "cobra com chifres". É um dos mais antigos hieróglifos e sua origem exata se perdeu no tempo.

Mais uma tabela para se decorar (caso você queira mesmo aprender egípcio antigo).

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